Programa de formação de jovens lideranças haitianas: um belo horizonte para o Haiti
Práctica Completa
Desde 2007 o Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix mantém um programa de apoio a estudantes em nível de graduação, oriundos de países em reconstrução. Dentro deste programa, estudantes haitianos vieram ao Brasil e receberam o custeio dos seus estudos em cursos como Administração, Arquitetura, Biomedicina, Engenharias, Fisioterapia e Nutrição. Uma vez terminados os estudos no Brasil, os egressos têm o compromisso de voltar ao seu país, onde poderão ser lideranças importantes que irão multiplicar o que aprenderam a fim de contribuir na reorganização, reconstrução, combate à fome, desnutrição, doenças, más condições de moradia, etc., além de aplicar os conhecimentos de gestão na abertura e gerenciamento de novos projetos de interesse social. Em 2010 as Prefeituras de Belo Horizonte, Betim e Contagem passaram a fazer parte do Projeto, por meio do Programa “Contagem, Betim e BH- um belo horizonte para o Haiti. Programa de formação de jovens lideranças haitianas”. Com a participação das prefeituras, os estudantes haitianos passaram a realizar estágio remunerado, trabalhando em secretárias que vão de encontro com a área do curso em que estão se graduando, a fim de multiplicar os conhecimentos adquiridos, principalmente no que diz respeito à liderança, governabilidade, gestão e políticas públicas e tecnologia da informação. Para maior aprendizagem e aproveitamento dos conhecimentos, a cada dois anos acontece à rotação destes estagiários dentro das três prefeituras, não podendo o aluno permanecer na mesma instituição pública mais de dois anos. A fim de complementar a formação dos alunos que aqui se encontram, as prefeituras oferecem cursos de capacitação em diversos temas, e que serão úteis para os futuros formandos, como por exemplo, curso de gestão pública, liderança, demonstrações do funcionamento da cidade e sobre cooperação descentralizada.
Nov/2008- chegada do segundo grupo de haitianos ao Brasil
Jul/2010- parceria com as prefeituras de Betim, Belo Horizonte e Contagem
Fev/2012- retorno do primeiro grupo de alunos graduados ao Haiti
Abr/2013 – retorno do segundo grupo de alunos graduados ao Haiti
Diante da tragédia acontecida no dia 12 de janeiro de 2010, um terremoto que destruiu grande parte do território do país, considerando que o Brasil já trabalha a cooperação internacional com o Haiti, enviando tropas de pacificação junto à ONU – Organização das Nações Unidas e tendo em vista que o país necessitará de apoio em sua reconstrução, as Prefeituras Municipais de Belo Horizonte, Contagem e Betim, se juntaram ao trabalho desenvolvido pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, para criar e realizar o programa “Contagem, Betim e BH: um belo Horizonte para o Haiti. Programa de Formação de Jovens Lideranças Haitianas”. Em setembro e outubro de 2010 os estudantes haitianos iniciaram estágios nas prefeituras supracitadas, a fim de testar e colocar em prática conhecimentos
adquiridos na universidade, e através dos quais recebem uma bolsa-auxílio. Além disso, conhecem aprofundadamente a gestão pública e iniciativas das cidades em suas áreas, para que possam ser reaplicadas em seu país. Em novembro do mesmo ano ocorreu o primeiro módulo do treinamento teórico, com o tema: Funcionamento de uma cidade. Foi uma semana na qual os estudantes puderam conhecer as secretarias e suas atribuições, discutir sobre o que é Gestão Pública, propor soluções para casos reais das áreas específicas de estudo, ouvir casos vivenciados por um estagiário, que passou por situações difíceis e imprevistos,e como o mesmo se saiu, além de visitar os Projetos UMEI, Vila Viva e Restaurante Popular. Em 2012 durante o Congresso ICLEI – Governos Locais pela a Sustentabilidade aconteceu um treinamento sobre Cooperação Descentralizada, em parceria como Observatório de Cooperação Descentralizada União Europeia – América Latina. Para 2013 algumas modificações foram realizadas, a fim de enriquecer ainda mais o processo educacional dos alunos. Para isso, foi firmada uma parceria com o Governo do Estado de Minas Gerais e com a Fundação João Pinheiro. A partir desta união, foram programados para o ano de 2013, quatro módulos de aprendizado, que serão desenvolvidos em forma de workshops, sobre os seguintes temas: Gestão pública, Sustentabilidade, Desenvolvimento social e Empreendedorismo.
Capacitar e desenvolver jovens lideranças para atuar na reconstrução de seus países de origem, de forma econômica, social e sustentável, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida de sua população.
Objetivos Específicos:
1. Promover a captação, acolhimento e formação de jovens líderes de países em reconstrução, através da parceria com a sociedade civil e órgãos públicos e privados;
2. Estimular as trocas e experiências interculturais entre países, estimulando uma formação mais cidadã a todos os alunos e professores da comunidade acadêmica.
3. Fundamentar os estudantes com conceitos de gestão de uma cidade, possibilitando-lhes obtenção de uma visão sistêmica e construção de significados, os quais agregarão valor na formação de suas competências.
4. Identificar em campo a aplicação dos conhecimentos adquiridos no curso, viabilizando a possibilidade de construir projetos.
5. Contribuir na elaboração de projetos sustentáveis que possibilitem aos egressos uma atuação efetiva na reconstrução dos seus países de origem.
6. Fazer com que o retorno dos alunos seja proveitoso, inserindo-os no mercado de trabalho haitiano, para que os conhecimentos aqui adquiridos possam ser aplicados na reconstrução e desenvolvimento do Haiti.
- bolsas integrais ofertados pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.
- bolsas auxílio fornecidas pelas prefeituras em contra partida ao estágio.
- transporte. Um cartão de ônibus é oferecido pelas prefeituras, em contra partida ao estágio. O resto do custo de transporte corre por conta dos estudantes.
- a moradia é feita pela sociedade civil, por meio de voluntários que hospedam os estudantes.
- alimentação é fornecida pela família que hospeda e arcada pelos próprios estudantes.
O projeto todo tem uma estimativa total de R$ 1.905.600,00
Os estudantes haitianos tiveram choques culturais que proporcionaram crescimento pessoal. Eles também assumiram a postura de embaixadores de seu país, buscando mostrar em todas as ocasiões lados desconhecidos do Haiti, como suas belezas naturais.
Os estágios permitiram uma formação complementar e crescimento profissional.
Dos 8 formados em 2011, 3 estão formalmente empregados e o fato de falar português foi decisivo em suas contratações. 2 retornaram ao Brasil dentro das cotas de trabalho do governo federal.
- sustentabilidade econômica: os parceiros têm responsabilidades definidas tais como as despesas de transporte dos estudantes, o custo dos estudos no Brasil, as possibilidades de moradia e sustento dos jovens. Neste aspecto uma necessidade a ser buscada com mais assertividade é a questão da moradia.
Os parceiros envolvidos têm encontrado caminhos de sustentabilidade econômica com iniciativas empreendedoras que envolvem os jovens participantes de forma ativa e criativa.
- sustentabilidade social: o projeto está delineado para proporcionar capacitação pessoal e profissional, o que assegura um grau de sustentabilidade social de convivência e partilha de culturas e possibilita a médio e longo prazo mudanças sociais, como o número de jovens, mulheres capacitadas para o trabalho e contribuindo para a reconstrução do país.
É desejável uma participação de governo ou entidade haitiana para auxiliar na seleção dos estudantes e também no momento do retorno, para uma readaptação e absorção no mercado de trabalho haitiano.
Cada estudante, anteriormente à vinda ao Brasil, deve Assinar um termo de compromisso, no qual constam as condições de permanência no programa e compromisso de retornar ao país de origem.
A hospedagem deve ser feita em sistema de República estudantil.
A divulgação das experiências e seus resultados entre os parceiros e outros colaboradores é de fundamental importância para a visibilidade e continuidade do processo de cooperação.
Relatórios periódicos são enviados para os parceiros.
São feitas ações culturais (jantares, shows musicais) abertas à comunidade. Essas ações são divulgadas na imprensa local, cartazes, jornais internos, websites e mailing dos parceiros. Os treinamentos e outros acontecimentos relevantes são transformados em reportagens e divulgados pela assessoria de imprensa dos parceiros.