ONU elogia iniciativas em São Paulo para integrar refugiados e migrantes

Coral infantil “Somos Iguais” em apresentação no CIC do Imigrante da Zona Oeste da cidade de São Paulo. Foto: ACNUR/MiguelPachioni

Em São Paulo, migrantes e refugiados de 22 países assumiram recentemente o Conselho Municipal de Imigrantes, um fórum de participação dos estrangeiros na política local. Vinculado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, o organismo foi elogiado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) por promover a integração da população em contexto de deslocamento.

O ACNUR lembra que o conselho foi criado para dar voz aos refugiados e migrantes em instâncias decisórias, uma vez que eles não têm direito a voto pela legislação brasileira.

Em agosto, tomaram posse, em nome da sociedade civil, os seguintes conselheiros: Nour Massoud, Tang Wei e Yoo Na Kim (do segmento pessoa física imigrante); Diak Samba (Associação Senegalesa do Brasil) e Oriana Jará (Presença America Latina), como representantes do segmento de coletivos, associações e organizações de imigrantes; Isabel Torres (Cami – Centro de Apoio e Pastoral de Imigrantes), Diego Meriguetti (Cáritas Arquidiocesana de São Paulo) e Letícia Carvalho (Missão Paz), representando os coletivos, associações e organizações de apoio aos imigrantes.

Os novos integrantes da entidade serão responsáveis pela gestão 2018-2020 do conselho.

Queremos ser protagonistas
de nossa própria integração,
queremos estar presentes
no Estado, no município

Outra inciativa elogiada pelo ACNUR é o Centro de Integração e Cidadania do Imigrante, também conhecido pela sigla CIC do Imigrante. O projeto do governo estadual é uma resposta a necessidades de assistência, incluindo para vítimas de tráfico de pessoas e trabalho escravo.

A instituição conta com um espaço público que oferece cursos gratuitos de capacitação profissional, como as escolas de estamparia e panificação. No local, também são mantidos serviços de auxílio jurídico e orientação migratória. O CIC disponibiliza ainda acesso à internet, bem como outros serviços para ajudar os refugiados e migrantes que buscam informação.

“Nós, refugiados e imigrantes, estamos honrados com este lugar. Somos nós quem podemos falar sobre nossas condições, nossas necessidades e nossas perspectivas de futuro. Queremos ser protagonistas de nossa própria integração, queremos estar presentes no Estado, no município, para falar que também nos tornamos cidadãos paulistanos”, defende o refugiado congolês Jean Katumba, presidente da organização África do Coração.